Tratamento de Esgoto - Estações e funcionamento

Você sabe o que é um sistema de esgotamento sanitário (SES)?

 

O que você acha que acontece quando você aperta o botão da descarga? Para onde vai toda aquela sujeira? Será que some assim como num passe de mágica?

Não!!! De jeito nenhum! O caminho entre seu vaso sanitário até o corpo receptor (o rio ou córrego que recebe o esgoto) é longo! A esse caminho damos o nome de sistema de esgotamento sanitário (SES).

Fazem parte do um SES:

Os ramais prediais, que são os canos responsáveis por tirar o esgoto de dentro das nossas casas e levá-lo para a rua;

As redes coletoras, que reúnem o esgoto de várias casas

As estações elevatórias de esgoto (EEE), que são locais de bombeamento de esgoto quanto o relevo não permite seu esgotamento por gravidade;

Os interceptores de esgoto, que são canos maiores que recebem os esgotos das redes coletoras e das estações elevatórias. Os interceptores de esgoto normalmente ficam localizados ao longo dos córregos e os acompanham até a estação de tratamento de esgoto (ETE).

A estação de tratamento de esgoto (ETE), que é o local onde o esgoto passará por processos de limpeza como a remoção de sólidos e matéria orgânica;

Os emissários de efluente tratado, que devolvem o esgoto para a natureza depois que ele foi tratado.

 

 

Você sabe quem faz o tratamento de esgotos?

Diferente do tratamento de água onde a gente coloca vários produtos químicos para limpar a água, no tratamento de esgotos não precisamos colocar nem uma gota de nada! O tratamento de esgotos é biológico, e isso quer dizer que quem faz a limpeza do esgoto são microrganismos decompositores, principalmente bactérias! Nosso trabalho é cuidar de tudo para que as bactérias decompositoras façam o trabalho pela gente. Mas não pense que é fácil! É muito difícil criar bactérias. Elas são muito exigentes e não gostam de mudanças. O esgoto nada mais é que a comida das bactérias. Mas o cardápio delas é bem restrito e qualquer alteração na qualidade dos esgotos pode prejudicar e até matar as bactérias. É como se elas fossem “alérgicas” a certos tipos de alimento. As bactérias podem até comer excrementos, mas não aceitam qualquer tipo de porcaria não!!! Tem que ser só matéria orgânica, e de qualidade! Elas não aceitam coisas tóxicas, nem óleos ou graxas. Antiobióticos então, é um veneno para as coitadas! Então nada de jogar medicamentos, resto de óleo ou produtos químicos pelo ralo. Vamos ajudar quem nos ajuda: as nossas amigas bactérias! Por isso é muito importante cuidar direitinho da casa delas para que elas possam crescer se reproduzir o máximo possível.

 

Como já te contamos antes, as bactérias é que fazem o tratamento dos esgotos para a gente. Mas existem diferentes tipos de bactérias. No tratamento de esgotos dois tipos principais de bactérias nos ajudam, as bactérias aeróbias e as bactérias anaeróbias. Mas esses nomes esquisitos são só para diferenciar as bactérias que trabalham na presença e na ausência de oxigênio. Na nossa ETE de Oliveira temos os dois tipos de bactérias trabalhando para nós e nas demais ETE’s temos as bactérias anaeróbias.

A diferença é só que na ETE de Oliveira, além do esgoto também temos que dar oxigênio para as bactérias. Por isso na primeira fase do tratamento, na primeira lagoa nós temos aeradores, que introduzem oxigênio no meio. E na segunda lagoa as bactérias podem ser aeróbias ou anaeróbias. As primeiras ficam perto da superfície onde elas captam oxigênio do ar e as anaeróbias ficam no fundo da lagoa, onde não tem oxigênio. Nas demais ETE’s, as bactérias ficam dentro de reatores fechados, de modo que não tem contato com o ar, e portanto, com oxigênio. Por isso o processo do tratamento de esgoto é feito pelas bactérias anaeróbias.

 

Você sabia que Oliveira agora possui seis estações de tratamento de esgoto?

ETE Félix dos Santos

ETE Fradiques

ETE Ivan Junqueira

ETE Distrito Industrial II

ETE Morro do Ferro

ETE Oliveira

 

Temos três tecnologias diferentes para tratar os esgotos no município.

Quando a vazão e a concentração do esgotos é mais baixa, podemos optar por um tratamento mais simplificado. E foi isso que fizemos nas ETE’s do Félix dos Santos e do bairro Ivan Junqueira.

Lá o tratamento se dá em duas etapas:

Tanque séptico: é um reservatório com repartição, onde as gorduras são removidas por processo de flotação e os sólidos por processo de decantação. Assim, podemos remover o excesso de gordura que fica boiando na superfície e o sólidos que se depositam no fundo. Algumas bactérias também já iniciam a degradação da matéria orgânica dentro desse tanque.

Filtro anaeróbio: é um tanque com material suporte (normalmente pedras), onde as bactérias anaeróbias ficam aderidas. Isso aumenta a superfície de contato das bactérias com o esgoto de modo que elas tem maiores oportunidades de oxidar da matéria orgânica.

 

 

 

 

Na ETE Fradiques, Distrito Industrial II e Morro do Ferro temos o tratamento de esgotos em três etapas:

Tratamento preliminar: primeiramente os resíduos sólidos mais grosseiros são removidos por meio de uma grade que retém objetos, embalagens, cabelos e outras coisas que nem deveriam estar no esgoto. Depois uma caixa desarenadora permite a remoção de terra e areia. No tratamento preliminar também é medida a vazão dos esgotos para sabermos a quantidade de esgoto chegando à estação.

Reator anaeróbio de fluxo ascendente (RAFA): o esgoto é então direcionado para um grande tanque fechado, que é o reator anaeróbio. Dentro do reator ocorrerão os processos de tratamento primário e secundário do esgoto. O tratamento primário consiste na decantação dos sólidos e o tratamento secundário consiste no início do trabalho das bactérias na degradação da matéria orgânica. As bactérias transformam a matéria orgânica em gás carbônico e metano e estes então são direcionados para a atmosfera.

Filtro anaeróbio ascendente: o esgoto passa então para a terceira etapa onde o tratamento secundário do esgoto será complementado por mais bactérias anaeróbias, estas aderidas a um material suporte e que mantém contato constante com o esgoto em tratamento. O excesso de lodo fica depositado no fundo.

 

Na ETE Oliveira temos o tratamento de esgotos também em três etapas:

Tratamento preliminar: gradeamento e desarenador que removem os sólidos grosseiros e medidor de vazão. Como o volume e concentração dos esgotos são muito altos, na ETE Oliveira o tratamento preliminar é automatizado, com braços mecânicos realizando a remoção constante dos sólidos retidos.

Lagoa aerada: são duas as lagoas aeradas que promovem o tratamento secundário dos esgotos. Os aeradores injetam oxigênio o tempo todo à lagoa, fornecendo as condições ideais para as bactérias aeróbias realizarem a degradação da matéria orgânica. Além de introduzir oxigênio no meio, os aeradores também promovem a mistura completa do esgoto na lagoa, permitindo que as bactérias tenham contato constante com o esgoto, o que aumenta a eficiência do tratamento.

Lagoa de sedimentação: são duas lagoas de sedimentação que recebem o esgoto proveniente das lagoas aeradas. Aqui o esgoto já previamente oxidado entra em repouso de modo que os sólidos em suspensão decantam. Assim se dão o tratamento primário e a complementação do secundário, já que as bactérias continuam em ação. Na superfície as bactérias aeróbias continuam degradando a matéria orgânica e no fundo as bactérias anaeróbias fazem o mesmo.


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